terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Sobre o primeiro dia universitário:

A primeira não-novidade: Estava atrasada, de fato, como sempre. E então eu peguei um ônibus lotado, viajei 50 minutos em pé, entre um empurrão e outro,as minhas músicas do cartola tocando no MP3 e uma olhada feia pro cara folgado que passou a mão na minha bunda.Pra minha decepção, o metrô não foi diferente: trinta e três graus, horário de pico, um calor dos infernos! O trem era o próprio inferno, aquele bafo quente..o que faltava era todo mundo nu com rabos e chifres e aquele garfo do Diabo que algumas pessoas chamam de tridente... Tridente era o que sossegava minha boca, com tanta ansiedade pra querer sair dali e gritar além da minha decisão definitiva em deixar o vício por nicotina.
- "Próxima estação: São joaquim."
Ufa! Pulei do trem! Subi as escadas.. Ar! Como é bom respirar!!! Graças ao meu péssimo senso de direção fui pro lado oposto da faculdade, quando um carro quase me atropelou e eu olhei pra placa: Liberdade [ apontando exatamente para as minhas costas] Virei num instante. Ops: ninguém viu! Ri sozinha... Mas ainda acho que me perdi pela inspiração na música: "Deixe-me ir preciso andar, vou por aí a procurar, rir pra não chorar..."
Cheguei na faculdade, um grande labirinto lotado de pessoas tentando se encontrar, encontrar namorados[as] ou na grande maioria somente alguém para copular, eu fazia parte dos 5% que estavam ali interessados no curso e ansiosos para saber a grade curricular. Vou eu ler o quadro de aviso:
" Artes- Prédio 9, 2º andar, sala 23.lista de aprovados: 9 alunos."
- Nove alunos? que piada!
"Toc Toc Toc"
Abro a porta e vejo uma rodinha de cinco alunos e um professor, de certo era ali mesmo a turma de artes.
A sala da frente era Direito e estava lotada.
- Desculpe o atraso, me perdi. Sorri e sentei.
O professor me entregou uma folhinha com a grade da matéria: Teatro-educação.